Os primitivos habitantes da zona que hoje constituí o município de Triunfo foram os índios Patos, cuja memória está representada em vários objetos de seu uso, que compõem o rico acervo do Museu Farroupilha, insatalado na casa onde nasceu o grande herói Bento Gonçalves da Silva. A região também sofreu incursões de outras tribos indígenas como os Minuanos, Charruas e Tapes. Com a chegada dos Portugueses, os índios forma abandonando suas terras e marinhando pelos rios, subindo às suas nascentes e estabelendo-se às suas margens.
O povo de Triunfo nasceu de duas sesmarias doadas pelo então Governador Geral da Capitania do Rio Grande do Sul, General Gomes Freire de Andrade, no ano de 1752, localizadas entre o rio Taquari e seu afluente arroio Capote e o antigo arroio da Ponte. Pertenciam elas a Manoel Gonçalves Meirelles e a Francisco da Silva, ambos casados com filhas de Jerônimo de Ornellas Menezes e Vasconcellos, povoador inicial de Porto Alegre, e que para aí seguiria por volta de 1754, logo após a instalação dos casais açorianos em suas terras desapropriadas no Porto de Viamão.
Em 1757, Jerônimo de Ornellas, primeiro sesmeiro e fundador de Porto Alegre, veio com seus familiares morar no rossio da Freguesia do Senhor Bom Jesus do Triunfo, aonde veio a falecer em 1771.
Manoel Gonçalves Meirelles era casado com Dona Antônia da Costa Barbosa, filha de Jerônimo de Ornellas e sua esposa Dona Lucrecia Leme Barbosa; casara em Viamão e batizara seus seis primeiros filhos, nascidos no Porto do Dornelles, também em Viamão, entre 1743 e 1754.
Pouco antes, havia Meirelles obtido a sesmaria no Triunfo, local que ele denominara Piedade e onde estabeleceu a sede da estância e pequeno povoado. (Sesmaria da Piedade: o significado de 'Piedade', voltando à época, onde tudo era desabitado, entende-se como um pedido de fé, amparo e piedade aos seus, por estarem num lugar tão sozinhos).
Meirelles faleceu em Triunfo, a 28 de Agosto de 1777. De sua sexta filha, Dona Perpétua da Costa Meirelles, casada com o Capitão Joaquim Gonçalves da Silva, português da Santa Marinha Real, nasceu Bento Gonçalves da Silva.
No ano de 1754, foi requerida a criação da Capela do Senhor Bom Jesus do Triunfo. Em 1756, Jerônimo de Ornellas levantou a bela Igreja Matriz, dando assim, origem ao povoado que teria na história do Rio Grande do Sul, papel importante, sobretudo pelo nascimento de filhos que glorificaram e engrandeceram o povo gaúcho.
A portaria de 4 de Setembro de 1756, determinada pelo Bispo do Rio de Janeiro, Dom Antônio do Desterro, determina que o Padre Tomás Clarque organize a terceira paróquia do Rio Grande do Sul, instalando-a em 9 de Janeiro de 1957, e traçando-lhes os limites, escolhendo o lugar da sede da igreja e também o padroeiro. E dessa época em diante, o lugar começou a chamar-se Freguesia do Bom Jesus do Triunfo.
Triunfo, nem sempre se chamou assim. A região teve como primeira denominação Forquilha: nome proveniente do encontro dos rios Taquari e Jacuí.
O município de Bom Jesus do Triunfo e a elevação à categoria de Vila foi criado pelo Decreto da Regência em nome do Imperador Dom Pedro II, de 25 de Outubro de
Desde os primórdios, a cidade de Triunfo, ficou estreitamente ligada a historia de nosso Estado, pois sua origem provém diretamente da introdução de casais açorianos.
Foi a partir do século seguinte, XIX, que considerado uma das melhores Vilas da Província, entrou para a página mais brilhante de nossa história, dando-nos heróis da estirpe de Bento Gonçalves da Silva, Luiz José Ribeiro Barreto, Manoel José de Leão, Pe. Juliano de faria Lobato, Mingote Martins e outras figuras importantes.
Durante a Revolução Farroupilha foram travados violentos conflitos nos campos de Triunfo a na Sanga da Ilha do Fanfa, onde foi Preso a 4 de Outubro de 1836, o General Bento Gonçalves.
LINHA DO TEMPO
1742 - Presenças indígenas (índios Patos)
1747 - Chegada de Manoel Gonçalves Meirelles
1752 - Oficializações da posse da sesmaria
1756 - Desmembramentos de Viamão
1757 - Chegada do Pe. Tomás Clarque - 1o Pároco de Triunfo
1818 - Lavração do ato de medição e demarcação de meia légua quadrada - primeiros passos para a criação do Município
1831 - Elevação de Triunfo à categoria de Município
1835 - Início da Revolução Farroupilha
1845 - Término da Revolução Farroupilha
1849 - Nascimento da sociedade do Teatro Particular da Villa de Triumpho
1976 - Instalação do Pólo Petroquímico
1991 - Visita do Cônsul e Consulesa dos Açores.
1992 - Inauguração do SENAI - Criação de Distrito Industrial e Comercial destinado ao Mercosul
INFLUÊNCIA AÇORIANA
A influência dos ilhéus neste Município é visível e inconfundível. Andar pelo núcleo da Cidade é um verdadeiro passeio pelo arquipélago das Ilhas. As janelas tipo guilhotina, as casas junto às calçadas e a Pomba do Divino (duas telhas levantadas nas cumeeiras, pedindo proteção ao Divino Espírito Santo), são marcas que evidenciam nas construções a crendice religiosa, a praticidade e a aristocracia que ora reinou em Triunfo, trazidas e vividas pelos açorianos nestas terras.
Aqui encontramos ainda, o Império (único ainda de pé no estado) onde se cultivava o Divino Espírito Santo, construção genuinamente açoriana.
Segundo José de Araújo Fabrício; a Freguesia de Nosso Senhor Bom Jesus do Triunfo (revista do Instituto Histórico e Geográfico do RS, 1948, POA), vieram das Ilhas dos Açores para este Município, até 1786, 164 pessoas, ou seja, a metade da população local na época.
A colonização Açoriana em Triunfo data de 1752 e 1753, formando assim um núcleo populacional definitivo na criação urbana, isto é, a gente das Ilhas é que foi a população civil em torno da fortaleza, do acampamento, da igreja, etc.
Os habitantes de Triunfo ainda trazem muitas marcas dos Açorianos, esses habitantes têm em comum com os Ilhéus: a melancolia, o gosto pelas águas e pela pesca, a religiosidade, o gosto pela natureza, etc.